Olá, pessoal. Vamos começar uma nova coluna aqui para essa época difícil e entediante da quarentena. #DicasdaIsa
“A história gira em torno de uma prisão vertical que consiste em diversos andares com duas pessoas em cada. A comida é colocada do andar 0 de forma cuidadosa por profissionais exigentes e é distribuída de cima para baixo para os prisioneiros. Logo, o primeiro andar tem a mesa intocada, com os alimentos em ótima condição, enquanto os andares abaixo precisam lutar pela sobrevivência. ”
Filme espanhol com estreia há menos de uma semana na Netflix, traz várias reflexões, algumas que condizem com esse tempo crítico. Ele demonstra de forma um pouco mais extremista e grotesca a relação de egoísmo e solidariedade, além de sistemas falhos. A cada mês, a dupla de prisioneiros muda de andar, logo, você nunca sabe quando estará acima ou abaixo de alguém, assim como a vida. Dessa forma, suas ações terão retorno para você de alguma forma.
Ainda, faz você refletir como algumas pessoas têm tanto e algumas não têm nada e se questionar que tipo de pessoa você seria: a racional e solidária que pegaria apenas o suficiente para si, deixando para os outros, ou seria a egoísta que faria o que quisesse independente dos outros (como algumas pessoas que compraram mil potes de álcool em gel e deixaram algumas pessoas sem nada)?
“Filme baseado em uma história real, Seyolo Zantoko, natural do Congo, se forma em medicina na França. Porém decide não retornar ao Congo e aceita trabalhar em um vilarejo ao norte de Paris chamado Marly Gomont. Um vilarejo que até então não havia recebido algum negro, dificultando o cotidiano e a aceitação do novo médico e sua família. ”
Esse filme francês mostra as barreiras que o preconceito impõe na mente e na vida das pessoas. E, embora seja baseado em um tempo antigo, o tema reflete de forma bem atual com a população conhecida como “minoria”. Acolher é uma tarefa difícil em uma sociedade presa a costumes primitivos (quase fósseis), e aqueles que acolhem também são julgados, dessa forma, é preciso muita resiliência para as pessoas consideradas “incomuns” quebrarem as grandes barreiras de uma mente fechada. Esse filme mostra exatamente o lado destas pessoas a fim de você abrir sua mente e aceitar as diferenças como algo a ser acrescentado na comunidade, não como algo ruim.
“Damien é um machista que tem todos os benefícios de uma sociedade patriarcal, porém ele acaba em um universo paralelo em que os papéis de gênero são invertidos e as mulheres possuem todo o poder. Diante disso, ele vivencia todos os conflitos que não existiam em sua vida. “
Filme francês (outro!) que mostra de uma forma cômica o que os papéis de gênero são e como é difícil seguir à risca o que é imposto, tanto às mulheres como aos homens. Ainda assim, é impossível você deixar de indagar até onde sua personalidade e preconceitos são formados apenas pelo que você é coagido pelo sistema. Além daquela velha questão de “se colocar no lugar do outro”, afinal nem sempre é tão fácil pensar em tudo que o outro gênero passa. Infelizmente, o filme não aborda todos, focando-se apenas aos homens e mulheres heterossexuais e essa inversão de papéis, porém continua com uma abordagem muito interessante!
“Grace Waters está sendo condenada devido ao assassinato do seu marido e sua advogada decide aprofundar a história por trás do crime: Após o esposo pedir divórcio e casar com outra mulher e seu filho sair de casa, Grace Waters, por recomendação da sua melhor amiga, conhece um rapaz que a faz se apaixonar novamente. Porém nem tudo são flores. ”
Não é um filme que você pensa “um dos melhores filmes que vi”, mas faz você refletir e levar em consideração a frase “Não confie em ninguém”. Além disso, esse filme induz a muitos sentimentos relacionados ao que vai acontecendo à personagem principal e te surpreende sobre as pessoas que vão mudando ao longo da narrativa. O que me fez refletir muito foi: até quando uma pessoa pode aguentar sua vida mudar de cabeça para baixo sem perder a sanidade mental? E o que você seria capaz de fazer se isso acontecesse?
“O filme aborda um grupo de 50 pessoas em uma sala dispostos de forma individual em um círculo com um dispositivo que mata uma pessoa a cada dois minutos. A partir disso, eles devem tomar a decisão de quais pessoas serão mortas com o passar do tempo e quem deverá sobreviver. ”
Apesar de deixar a desejar por não ser explicado o motivo da situação do filme, diferentemente de alguns filmes semelhantes (como “Jogos Mortais”), ele relaciona-se com sua mente a fim de você também se questionar: “Quem merece permanecer vivo? ”. Mesmo que pareça algo distante da realidade, isso é discutido diariamente por médicos, quando não há insumos suficientes para a quantidade de pacientes graves, todavia nunca se torna algo fácil de ser decidido. O que você faria se fosse sua vez de escolher? Você seria capaz de lidar com o fardo? E de escolher de forma racional deixando de lado seus preconceitos?